segunda-feira, 31 de agosto de 2009

PRECISAMOS DE TEMPO AOS PÉS DO SENHOR



Muitas vezes estamos tentando agradar a Deus com nosso trabalho, mas, o mais importante para Ele é quando nos assentamos aos Seus pés. Nosso serviço é importante, porém estar com o Senhor, gastar tempo em Sua presença é muito mais. Além de que, depois de um tempo de comunhão o serviço se torna mais eficaz. Observe um episódio que Deus fez questão que fosse registrado para nosso ensino: Ora, quando iam de caminho, entrou Jesus numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa. Tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, sentando-se aos pés do Senhor, ouvia a sua palavra. Marta, porém, andava preocupada com muito serviço; e aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá que minha irmã me tenha deixado servir sozinha? Dize-lhe, pois, que me ajude. Respondeu-lhe o Senhor: Marta, Marta, estás ansiosa e perturbada com muitas coisas; entretanto poucas são necessárias, ou mesmo uma só; e Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada. (Lc 11.38-42.)

Enquanto Marta corria, Maria estava aos pés do Senhor. Todos conhecemos a história, mas fazemos questão de permitir que ela continue se repetindo... Muitos de nós só conseguimos pensar nos compromissos diários, na agenda cheia, em como fazer tudo etc... Preocupamo-nos com coisas que não mereciam tanta atenção. Deixamos que o “urgente” tome o lugar do “importante”.

Sei muito bem do que estou falando não só pelo convívio com outras pessoas, mas por mim mesmo. Por natureza sou alguém agitado, que não gosta de ficar parado. Se deixar, não paro um instante, sou como Marta. Mas tenho aprendido que na vida com Deus, as coisas são diferentes. Aprendi desde o início da minha caminhada com Ele, que a chave de tudo é o tempo investido em relacionamento com o Pai. E apesar, de por temperamento ser uma pessoa mais parecida com Marta, por princípio bíblico tenho forçado meu comportamento a se ajustar ao de Maria. Às vezes tenho as minhas recaídas, mas luto comigo mesmo, pois quero o melhor de Deus! Ninguém tem o direito de se desculpar dizendo: “Este é o meu jeito de ser”! Se Deus nos fizesse de modo diferente uns dos outros no que diz respeito a buscá-Lo, estaria sendo injusto conosco; estaria dando a um condições de agrada-Lo e a outro não. Mas isto não é mera questão de temperamento, e sim de comportamento. Precisamos aprender as prioridades corretas para crescer espiritualmente. Falta de tempo com Deus é o maior obstáculo ao crescimento do crente.

Costumamos permanecer tão cegos em nosso comportamento errado que às vezes tentamos até convencer Deus de que estamos certos. Marta foi pedir a Jesus que fizesse Maria se levantar e ajudar, e estava certa de que Jesus agiria de forma justa, mas não esperava que naquela situação a errada fosse ela. Tentou convencer até o próprio Jesus da importância de sua “correria”. De modo semelhante, muitas vezes estamos errados e tentando convencer-nos (e aos outros) do contrário.

Contudo, as palavras de Jesus são muito fortes, contundentes: “...poucas coisas são necessárias, ou mesmo uma só...” O que Ele estava dizendo a Marta? Que de toda a nossa correria, poucas coisas são realmente uma necessidade. Muito do que julgamos ser necessário, na verdade não é. Por exemplo, observe nosso consumismo e veja como criamos necessidades: quem não tem uma TV “precisa” de uma; quem tem uma TV de 14 polegadas, “precisa” de uma de 20; quem já tem uma de 20 polegadas, “precisa” de uma de 29, e a coisa nunca para! Quem não possui um telefone celular “precisa” de um, mas depois que já o tem, “precisa” trocá-lo por um modelo menor e melhor, e o ciclo nunca pára! Fazemos o mesmo na administração de nossa agenda diária; assimilamos muita coisa que poderia esperar como se o mundo fosse acabar em dois dias. E o resultado não é só estresse, mas falta de poder espiritual. A presença de Deus é um refrigério, e devemos cultivá-la com dedicação.

O Senhor Jesus declarou: “poucas coisas são necessárias, ou mesmo uma só”. Penso que com esta frase Ele na verdade estava dizendo: “Pode enxugar sua agenda que a maioria de seus compromissos não são assim tão importantes. E se tiver que escolher uma única coisa para fazer, fique em minha presença”.

Não estou dizendo que ninguém deva parar de trabalhar, estou falando principalmente de coisas que não precisam necessariamente acontecer naquele momento. Por exemplo, muitos de nós “precisamos” assistir ao noticiário todos os dias. Será que precisamos mesmo? Muitos de nós “precisamos” nos divertir com um bom filme. Mas será que não dá para dar um intervalo maior de dias entre um entretenimento e outro?

Você pode se questionar sobre muita coisa que faz, mas o fato é que se você tivesse que fazer restar uma única atividade em seu dia, por ser a mais importante, ou a única que verdadeiramente possa ser chamada de necessidade, deveria ser a de estar aos pés do Senhor.

O evangelista Moody, defensor deste tipo de pensamento (como todo homem que Deus já pôde usar de modo especial), declarou o seguinte: “Um dos mais claros sinais dos tempos é que muitos cristãos, em nossas associações de moços e igrejas, estão guardando diariamente a ‘hora tranqüila’. Nesta era de correria e incessantes atividades, precisamos de algum chamado especial para nos retirarmos e nos colocarmos a sós com Deus por um tempo, todos os dias. Qualquer homem ou mulher que assim proceder, não conseguirá passar mais que vinte e quatro horas longe de Deus”.

Moody chamava o momento devocional de “a hora tranqüila”. Mesmo que nossa vida se resuma em muita correria, deve haver um momento quando consigamos desacelerar para estar a sós com Deus.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

CONVITE ESPECIAL




A NOVA IGREJA BATISTA APRESENTA:

PIRATAS- EM BUSCA DO VERDADEIRO TESOURO

Uma peça de Teatro, Pantomima e Dança Interpretativa.

Produção do AMAZONJOVENS – grupo de jovens da Nova Igreja Batista.

Um grupo de Piratas buscam o grande tesouro escondido que os libertaria de uma grande maldição, mas os piratas inimigos e a morte lutam contra eles. A viagem fica comprometida mas grandes surpresas e batalhas haverão pelo caminho.

Coreografias inéditas em Manaus, show em luz negra, um barco pirata cenográfico e muito mais!

ENTRADA GRÁTIS. NÃO PERCA !

(Marcos 8:36-38) Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?
Ou, que daria o homem pelo resgate da sua alma? Porquanto, qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai, com os santos anjos.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

AS ARTÉRIAS DO CORAÇÃO


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1Tessalonicenses 5:23 diz: “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”. O nosso coração psicológico tem três artérias principais, que também são as três partes da alma: mente, vontade e emoção. É importante saber como é possível desobstruir estas artérias de maneira prática, para que possamos ter um coração saudável.

A maneira de desobstruir essas três principais artérias é fazer uma confissão cabal ao Senhor Jesus Cristo. A experiência ensina-nos que necessitamos passar certo tempo com o Senhor para confessar nossos defeitos, erros, enganos, maus procedimentos e pecados. Podemos iniciar confessando todos os pecados e as impurezas que se encontram em nossos pensamentos. A artéria da nossa mente pode ser comparada a um canal que está entupido pelo lixo e precisa ser escavado para que a água possa fluir. Confessando nossos pensamentos, um por um, removemos o bloqueador desta artéria.

Devemos confessar ao Senhor quão natural é o nosso entendimento sobre assuntos importantes: nós ainda compreendemos a Cristo, a Igreja, e as pessoas segundo os nossos conceitos naturais e não segundo o Espírito Santo e a Palavra de Deus. Por isso, devemos confessar ao Senhor: “Senhor, perdoa-me. Embora eu te ame, meu entendimento ainda é muito natural. Liberta-me!”.

Quanto à artéria da vontade, se nos aproximamos de Deus para tratá-la, Ele irá expô-la de maneira detalhada a nós. Teremos a sensação de que estamos sendo examinados por um microscópio divino, pois todos os germes da nossa vontade serão expostos. Geralmente, nossa vontade se opõe à vontade divina. Nós somos precipitados e obsessivos, e não consultamos os conselhos de Deus antes de agir. Devemos confessar isso ao Senhor!

A obstrução da artéria da emoção nos trás grande tristeza. Geralmente, odiamos a quem deveríamos amar e amamos o que deveríamos nos afastar. Quando nos colocamos sob a luz divina, vemos que o aspecto mais feio do nosso ser é a nossa emoção, porque não a usamos adequadamente. Veja o que Jesus, conhecendo as emoções humanas, falou: “A condenação é esta: que a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más” (João 3:19). Quão triste é para nós, homens, ouvir esta declaração de Cristo!

Precisamos desobstruir as artérias do nosso coração, confessando ao Senhor que necessitamos de uma limpeza em nossa mente, vontade e emoção. Precisamos ler os versículos da Bíblia e permitir que eles nos limpem.

www.paodejuda.com.br

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

DEVEMOS AMAR A DEUS

Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força. O segundo é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes.

Marcos 12:30-31

Pensamento: Às vezes as coisas mais importantes não são difíceis de entender. Deus deseja que O amemos com todas as fibras do nosso ser, e também que amemos a todos ao nosso redor. Todos os Seus mandamentos sobre caráter no final das contas se resumem a honrar estes dois grandes princípios que transcendem lei, e trazem o caráter de Deus aos corações.

VOCÊ AMA A DEUS - SIM OU NÃO

Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.

Romanos 8:28

Pensamento: Coisas ruins acontecem na vida. Uma parte é devido a Satanás. Outra parte se deve aos nossos pecados e suas conseqüências. A rebelião contra Deus e a fraqueza espiritual naqueles que amamos nos trazem coisas dolorosas. Às vezes Deus até nos disciplina para nos acordar da letargia ou para corrigir algum problema pecaminoso nas nossas vidas. Mesmo assim, no meio de tudo isso, ainda temos uma promessa incrível: se amamos a Deus e estamos procurando honrar o seu chamado, nosso Pai do Céu usará todas as coisas que estão acontecendo nas nossas vidas para o nosso bem.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A "QUEBRADEIRA" ESPIRITUAL E MORAL EM ALGUMAS INSTITUIÇÕES CRISTÃS

Altair Germano: A "QUEBRADEIRA" ESPIRITUAL E MORAL EM ALGUMAS INSTITUIÇÕES CRISTÃS

"Isso é um vexame para a nossa INSTITUIÇÃO!", exclamou certo líder evangélico, assombrado com os últimos e escandalosos acontecimentos de repercussão nacional.

Penso que o grande problema conosco é esse sentimento patológico pela instituição, essa CNPJolatria insensata, esse denominacionalismo obstinado, essa fidelidade convencional e institucional inescrupulosa, esse corporativismo incondicional que dá arrepios em fariseus hipócritas e em senadores corruptos.

Quando o nosso compromisso com o Evangelho, e com o Senhor do Evangelho está em segundo ou terceiro plano, o que nos resta é chorar e amargurar nossas misérias, mazelas e escândalos.

Palavras, gestos e atos que expressam vergonha e constrangimento, mas que não geram arrependimento, tristeza, mudança de atitude e transformação, não passam de meras representações teatrais e hollywoodianas.

Estamos cheios de verdadeiros artistas, pregando, profetizando, presidindo, cantando, tocando, vivendo mediocrimente e institucionalmente, não experienciando a verdadeira vida, dirigida, sustentada e alimentada pela Palavra, manifesta numa consciência tranquila, num coração em paz com Deus.

As instituições estão falindo (ou falidas), quebrando (ou quebradas), rachando (ou rachadas), desmoronando (ou desmoronadas) e naufragando (ou naufragadas).

Essa atual roupagem institucional secular e mundana não pode vestir a noiva do cordeiro, pois não são vestes de santidade, de justiça, brancas, limpas, puras. A roupagem institucional está maculada, suja e impura. Está cheia dos ácaros da ganância, da maldade, do engano, da fome incontrolável por controle, do desejo desesperado de poder, do pensamento obstinado de "ser" sem "fazer", só para dizer que "é", quando não verdade não "é", e sim "está", pois breve passará como um vapor, breve secará com uma folha caída, e aí, não haverá mais tempo nem forças para empreender naquilo que é bom, perfeito e agradável, que se perpetua para o louvor e a glória de Deus.

O que está podre e fétido em breve será amputado. O que está infrutífero será cortado. A palha será queimada. As instituições humanas identificadas por placas, credos e confissões desaparecerão. Não escrevo aqui ou prego sobre o fim das instituições, convenções ou denominações, mas, apenas relato fatos sobre a autodestruição das mesmas.

Se alguém, por eloquente, profundo e hábil na escrita que seja, deseja refutar-me, que o faça. Se não, junte-se a mim neste lamento, nesta leitura nua e crua da realidade, mas, acima de tudo, neste enfrentamento, nesta luta passiva de perseguições, exclusões e perdas, sabendo, contudo, que o Fiel amigo estará ao nosso lado, atravessando conosco águas profundas e chamas ardentes.

Oro para que as nossas prioridades e ordem de valores sejam revistas, ou seja, para que o Senhor Jesus volte a ocupar o devido lugar (o primeiro) em nossas vidas e organizações, para que o Evangelho seja vivido em toda sua intensidade e plenitude.

sábado, 15 de agosto de 2009

FOI DEUS QUEM TE ESCOLHEU

Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu vos escolhi a vós outros e vos designei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda.

João 15:16

Pensamento: Você já foi escolhido por último? Você já foi aquele que ninguém queria ter no time? Não é impressionante que Deus nos escolheu em Cristo?! Não é de admirar que somos amados e queridos pelo Rei dos Séculos e Seu Filho, Jesus Cristo! Não apenas isso, nós não fomos escolhidos por pena, mas para que façamos diferença. Nós fomos escolhidos para dar fruto que permaneça! E para garantir esta produtividade, Jesus prometeu que podemos pedir a bênção de Deus no nosso trabalho para o Seu Reino, e ele a dará. Incrível!

Oração: Dê-me um coração, ó Deus, que seja aberto para o seu trabalho, e uma visão que seja tão ampla quanto a sua graça. Que minhas orações peçam coisas que possam trazer-lhe glória, expandir as fronteiras do seu Reino, e alcançar além das coisas limitadas que tão freqüentemente me distraem. No nome de Jesus. Amém.

SOMOS DE DEUS !

Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.

Romanos 8:15-16

Pensamento: A-ba. Ouça um bebê e você escutará esses sons básicos. É incrível, mas Jesus mostrou e o Espírito nos capacita a falar com Deus com estas mesmas sílabas de familiaridade, confiança, vulnerabilidade, dependência e intimidade. O Espírito é nossa garantia de que não precisamos ter medo de Deus, mas que podemos nos aproximar dele como nosso Pai amoroso e brando, que sempre escuta nossos corações e procura abençoar nossas vidas.

Oração: Pai Aba, o Senhor é glorioso e majestoso. Suas obras são tremendas. Seu poder, SENHOR, é incomparável. Sua graça, Poderoso Senhor, é maravilhosa. Obrigado, Pai Santo e Justo, por me permitir me aproximar do Senhor como meu Pai sempre perto e presente. Por favor, faça sua proximidade clara na minha vida hoje. No nome de Jesus. Amém.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

SE JESUS CRISTO VOLTASSE AMANHÃ

"E eis que venho sem demora, e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras" (Ap 22.12).

Imaginemos Jesus voltando amanhã para buscar a Sua Igreja. Imaginemos ter exatamente 24 horas de prazo à nossa disposição. O que seria importante para nós nesse momento? Como usaríamos o tempo disponível?

No começo haveria uma grande agitação. Mas certamente cada um de nós rapidamente faria planos acerca do que ainda desejaria realizar na terra nessas últimas 24 horas.

Em primeiro lugar, todo crente se humilharia diante de Deus e confessaria todos os pecados que inquietam seu coração e pesam em sua consciência. Em seguida, iríamos rapidamente falar com todas as pessoas contra quem cometemos injustiças, pedindo-lhes perdão e procurando verdadeira reconciliação. Quando não fosse possível fazê-lo pessoalmente, telefonaríamos, escreveríamos ou mandaríamos um fax.

Para estar ainda mais bem preparado para o arrebatamento, certamente todo crente ainda haveria de pensar sobre as oportunidades de servir negligenciadas e tentaria recuperar as chances perdidas. Acima de tudo nos empenharíamos para que nossos parentes, amigos e vizinhos ouvissem um testemunho claro da nossa fé. Não mediríamos esforços e faríamos tudo para ganhar a sua atenção. Eles haveriam de perceber a nossa seriedade. E provavelmente nesse dia cada um de nós ganharia pelo menos uma pessoa para Jesus.

Então pensaríamos no nosso dinheiro, lastimando termos dado tão poucas ofertas para o reino de Deus. Sacaríamos as nossas cadernetas de poupança, distribuindo o dinheiro de maneira sensata onde houvesse necessidade. Nem em sonho alguém pensaria em desperdiçar tempo com divertimentos e lazer nesse dia.

A seguir iríamos para a última reunião de estudo bíblico e oração na igreja. O prédio seria pequeno demais para tanta gente. Muitos estariam de pé. Todos orariam sem envergonhar-se no meio da grande multidão ou em grupos menores. E quando chegasse a hora dos testemunhos, as pessoas não iriam parar de falar. Cada um contaria das suas experiências com Deus e relataria o que o Senhor fez por seu intermédio nesse dia. Certamente todos os testemunhos terminariam de maneira semelhante: "Eu lamento muito porque por tantos anos não vivi de maneira totalmente consagrada, que ajudei tão pouco na expansão do reino de Deus, que dei poucas ofertas, que quase não testemunhei a outros, e que raramente participei das reuniões de oração, porque pretensamente tinha coisas mais importantes a fazer. Espero que o Senhor ainda demore mais um pouco e só volte daqui a dois ou três anos! Então eu mudaria totalmente a minha vida! Gostaria tanto de produzir frutos para a eternidade, de juntar tesouros no céu".

Ninguém olharia para o relógio desejando que o culto acabasse logo.

É uma atitude absolutamente realista crer que Jesus poderá voltar amanhã. Todos os sinais do nosso tempo mostram que vivemos nos últimos dias. Mas talvez ainda nos restem exatamente esses dois ou três anos de prazo para trabalhar para o Senhor. Assim, nosso desejo de fato estaria realizado e ainda teríamos tempo para recuperar parte daquilo que negligenciamos. Comecemos hoje mesmo!

Reflexões sobre o caso da Universal/Record - por Alberto M de Oliveira


Fiquei muito triste com o que pude ver ontem, sobre o caso de desvio de ofertas, que ao invés de irem para o trabalho ministerial e/ou assistencial, acabou indo para compra de bens e empresas. Em se tratando dos escândalos da IURD, nada de novo desde sua fundação ocorrem casos assim. Deve-se deixar claro que Globo/Época (concorrentes diretos) e a Veja, não são um exemplo de parcialidade, ou boa fonte de pesquisa jornalística, dado seus interesses e editoriais, sempre tendenciosos e contra os evangélicos. Basta lembrar que diante do desastre no templo da Renascer no início do ano, divulgava-se mais que o Estevam estava preso e o motivo da prisão. Da mesma forma, no último Jornal Nacional, veicularam mais uma vez a famosa cena do Edir "ensinando" pregar: "ou dá ou desce..." (deve estar em dvd, pois VHS já teria se partido). Se o verdadeiro protestante é perseguido (ou deveria ser), imagina pedregulhos de tropeço como bispos ensinando a extorquir ovelhas, "apóstolos" cometendo erros primários como se enganar em declarar bens, ou pastores dizendo que a Globo é do diabo, ou que Deus os mandou ter relações sexuais com mulheres casadas... No linguajar neopentecostal - "dão brecha", e muita...

Como separar o joio do trigo? Como defender-se, quando os incrédulos nos acusarem de "lavagem-cerebral"? A maior tristeza é a consequencia destes eventos nas igrejas sérias. Mesmo em suas divergências, católicos aprenderam a substituir o centésimo pelo dízimo, e muitos fazem grandes obras. Muitas igrejas protestantes têm contribuído de forma exemplar, seja em ações sociais ou em correta arrecadação e gastos para sua manutenção. Muitos grupos para-eclesiásticos ou ong's têm feito um trabalho maravilhoso, onde o poder público tem falhado. Agora, gastar milhões de reais em programas de televisão (com a desculpa de ser evangelístico), construir mega templos, mais luxuosos que shopping-centers em detrimento a membros que passam fome, comprar jatinhos para suas "cruzada evangelísticas", mansões como a do senhor Macedo (foto abaixo), ou dos srs.
Murdock, Cerullo, Meyer, entre uma longa lista - tudo justificado como: "prosperidade dada pelo Senhor". Se é dada pelo Senhor, porque precisa esfolar o povo? Se somos apenas peregrinos, e esperamos um Reino Eterno ao lado do Senhor, por que esta ânsia de enriquecer? Ah, talvez porque céu e inferno não são muito presentes em púlpitos neo-pentecostais-triunfalistas-prósperos-positivos. Então, ao invés da morada que o Senhor prepara, alguns resolvem aqui e agora construírem isso:



Diferente dos discursos de Jesus sobre simplicidade e negação do eu, não é verdade?
Eu luto, sinceramente, para tentar não fazer deste blog somente um lugar de críticas, mas é tremendamente complicado não se indignar vendo essas coisas. Também confesso que luto contra um sorriso no canto da boca, e um pensamento do tipo: eu sabia, não avisei? - bem feito... É uma luta constante.
Só não me entrego a este sorriso porque tem mais coisas envolvidas: salvação e reprovação eternas.
Não desejo nem para um "Hitler da vida" o inferno. Nada, nem nenhum sofrimento se compara ao inferno. E apesar que, todos mereçamos ir para lá (por nossa natureza pecaminosa), Jesus morreu, para nos justificar e fazer-nos aceitáveis ao Senhor, e dignos de Sua presença, no Céu. Também creio que nada, nenhuma benção ou riqueza, nem dor ou angustia, são comparáveis a certeza de pertencer ao Reino, de ter sido Justificado por quem nos elegeu.
Mas convenhamos, chorar com quem chora, por exemplo uma pessoa carente em uma favela e depois ir de avião para a mansão acima é no mínimo hipócrita. Principalmente se o necessitado deu alguma oferta que vai virar gorjeta do jardineiro desta mansão. O negar-se a si mesmo, tomar a sua cruz e seguir a Jesus, está mais nos moldes deste
cartum abaixo, do que nos moldes "bíblicos" segundo o sr. Macedo

Agora deixa eu chegar ao ponto principal deste post, o que justifica minha tristeza e o papo de salvação - inferno.
Não sinto pena, nem misericórdia, de uma pessoa que vende seus poucos bens e entrega a algum líder neo-pentecostal fanfarrão, mediante alguma promessa de prosperidade, ou de "unção de prosperidade" como o Cerullo fez no programa do Silas Malafaia. Quer dar um jeitinho irmão? Ao invés de trabalhar, quer prosperar "dando tudo o que tem" - não por amor ao Senhor ou a Sua obra, mas pela promessa de prosperidade, aqui e agora? PERDEU MALUCO!!! Tanto o "untado"(ungido?) do Senhor, como o fiel que entrega, são ladrões. Seus motivos, seus interesses, seus corações mostram isso. Ninguém que entrega algo "para o Senhor" entra na justiça porque não alcançou a "prosperidade prometida", pedindo seu dinheiro de volta. E depois, fulano vem me falar do "grande avivamento" que ocorre hoje no Brasil. É? Onde? Quero ver... O que prolifera são falsos profetas, falsos piedosos e principalmente falsos fiéis.

Pão e circo foi criado em Roma, para distrair o povo que estava com problemas, pragas e fome. Veio de cima para baixo. Hoje, vem de todos os lados. Quase ninguém prega o que o povo precisa ouvir e sim o que este quer ouvir. Fala-se de uma "fome pelo evangelho" - o que de fato há, basta você sair um dia para evangelizar e verá que existem pessoas sedentas - mas, a maioria só quer resolver os SEUS problemas com relação a SI PRÓPRIO. Não os seus problemas com Deus, já que está afastado dEle. Quer encontrar um papai Noel. Um macaco gordo para quebrar galho. Deus não quer resolver os problemas de ninguém, Ele quer é resolver a pessoa. O mundo não é separado entre crentes e profanos, ou entre abençoados e "roubados pelo gafanhoto"; mas é separado entre os arrependidos e os não-arrependidos! Só! Simples assim! Quem quer trocar dinheiro por benção, ou mais dinheiro com Deus, mostra seu caráter decaído, e como diz em Apocalipse, o injusto, faça injustiça ainda, e quem está sujo, suje-se ainda... A pergunta é: Até quando? Até quando Deus deixará estas coisas acontecerem? Quando o cálice vai encher? Pessoas bem intencionadas, enchem templos pseudo cristãos, e acham que estão salvos por isso. Por estes enganados, e até pelos enganadores, me dá vontade de chorar. Por eles eu tenho orado, e peço de você o mesmo. Porque há uma palavra para os que forem lançados fora, onde há choro e ranger de dentes: Eternidade. Séculos dos séculos.
Talvez aqui neste período, alguns se arrependam. Alguns líderes foram para trás das grades e eu vibrei, pois imaginei: Agora vão se arrepender! Mas não, voltaram mais obstinados em seus delitos.
Que voltem para atrás das grades e que se arrependam (apesar que eu duvido que a justiça humana realmente aja). Que este povo dado a doações pela fé para prosperarem encontrem realmente o Jesus da Bíblia e sejam libertos e justificados...


Ave Crux, Unica Spes!

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

CAPACITANDO A FAMÍLIA

Isabelle Ludovico

A família é o principal contexto de aprendizagem, pois é nela que os valores e modelos são assimilados desde a mais tenra infância. É um sistema interacional, provido de uma estrutura hierarquicamente organizada, com o fim de assegurar a continuidade e o crescimento de seus membros. Assim, como um móbile, a família precisa encontrar o equilíbrio dinâmico entre duas funções aparentemente contraditórias: homeostase e transformação. Uma visa manter a família unida, enquanto a outra promove a sua evolução. A cada fase do ciclo familiar, o equilíbrio anterior é rompido para dar lugar ao novo. A crise permite uma reorganização mais adequada. Instabilidade, incertezas e ansiedade marcam a passagem para um novo equilíbrio funcional. Fatores perturbadores como perdas, abandono, separação, desemprego são a base para o desenvolvimento dos mitos, que vão dar significado à situação vivida, em função das referências provenientes das gerações anteriores.

Para se desenvolver de forma saudável, a pessoa precisa de cuidados especiais. A função materna, assumida pela mãe biológica ou por uma figura substituta, inclusive o pai, se inicia com a construção de um vínculo afetivo que permite à pessoa se sentir acolhida e parte integrante da família. Maternidade diz respeito também à capacidade de nutrição física e emocional, bem como à organização das necessidades básicas. A função paterna, por sua vez, garante limite, proteção e direção. O casal ainda transmite à criança padrões de relacionamento quanto à sexualidade, afetividade e companheirismo. Por meio dessa herança, o ser humano vai construindo sua identidade e aprende a se relacionar. As falhas e ambigüidades no desempenho das funções materna, paterna e de casal geram carências que precisam ser supridas.

As relações se desenvolvem dentro de regras que determinam a maneira de agir de seus membros e o papel de cada um. A família se adapta às mudanças internas e externas, de acordo com os padrões de interação desenvolvidos até então. Se estes modelos de relacionamentos forem inadequados para lidar com o desafio presente, a família entra em crise facilmente identificada por um sintoma condensado num de seus membros. O sintoma tem a dupla função de denunciar o problema e manter a situação.

Trata-se de um distúrbio mental ou comportamental que precisa ser compreendido como o resultado de uma disfunção da família como um todo. O grande equívoco da família é focalizar o sintoma como sendo a causa de seu mal-estar, em vez de perceber que é apenas a conseqüência de uma crise do sistema familiar. Tentar eliminar o sintoma sem enxergar suas raízes não resolve o impasse, apenas contribui para estigmatizar o membro afetado mais diretamente, que se torna a lata de lixo ou o bode expiatório da família. A terapia familiar sistêmica o chama de “paciente identificado”, pois ele se torna porta-voz e depositário da patologia da família. Quando os problemas não são verbalizados e encarados, a família tende a parar de crescer. Ela não percebe que esta crise é justamente a oportunidade de aprimorar as relações entre os seus membros e promover o crescimento de cada um deles.

Além das crises decorrentes do ciclo evolutivo, os papéis tradicionais de homem e mulher estão sendo questionados com grandes repercussões para o exercício da
paternidade e da maternidade. Sustentar a casa já não é exclusividade do homem nem educar os filhos, da mulher. Ambos estão compartilhando essas responsabilidades como um novo desafio, no qual os pontos de atrito são multiplicados até encontrarem um equilíbrio específico e válido apenas para o momento presente. Se as mulheres conquistaram novos espaços, os homens muitas vezes se sentem acuados e fragilizados. Eles então se isolam e se omitem, deixando o espaço vazio para a mulher assumir. Em conseqüência disso, as estatísticas apontam um aumento de famílias matrifocais, do alcoolismo e do homossexualismo. A perda de autoridade do homem tende a gerar um aumento do autoritarismo e da violência física.

Comunicação clara, fronteiras nítidas e flexíveis, hierarquia correta, união e diferenciação são algumas condições para a construção de famílias saudáveis. A terapia familiar sistêmica visa mobilizar os recursos da família para enfrentar as crises e prevenir outros conflitos, à medida que produz mudanças significativas no sistema, contribuindo para aprimorar as relações entre os membros e no interior dos vários subsistemas. Assim, a abordagem familiar propicia uma melhora na qualidade de vida em família, fortalecendo os vínculos e ampliando as estratégias para a resolução dos conflitos.




Isabelle Ludovico da Silva é terapeuta familiar sistêmica.

QUEM SÃO OS NOSSOS MODELOS

Conversando acerca de uma viagem à Romênia
Tudo era muito grande, imenso, suntuoso. Agressivamente suntuoso. As portas eram enormes, os halls de entrada, os salões espaçosos e o teto ficava lá em cima. Assim, a sacada na qual eu começava a pisar também era espaçosa. A visão que se desenhava à medida que eu avançava era impressionante. Lá estava, a meus pés, a avenida central de Budapeste. Era desta sacada que o ditador Ceauscescu planejara falar à multidão. Mas, por ironia da história, ele nunca chegou a fazê-lo.

Ceauscescu foi ditador na Romênia de 1965 a 1989. Procurando implantar, com mão de ferro, um regime comunista no país, ele acabou sendo morto pelo seu próprio pessoal, na onda da derrocada do bloco comunista. Inspirado no modelo maoísta e no conceito do “grande líder” exercido na Coréia do Norte, ele queria fazer da Romênia um grande país — nem que fosse a ferro e fogo. E ele seria o grande líder dessa futura grande nação.

Munido deste sonho, Ceauscescu começou a construir na capital, Budapeste, um enorme prédio, que seria o segundo maior do mundo, perdendo apenas para o Pentágono, nos Estados Unidos. Ele investiu nesse prédio o valor correspondente ao produto interno bruto (PIB) de um ano da própria Romênia. Era muito dinheiro, investido em um prédio ridiculamente grande, com uma sacada grandiloqüente a desenhar uma vista imponente... com a Romênia a seus pés!

Era para esse prédio, pois, que o ditador planejava se mudar. Mas foi assassinado. O prédio só foi ocupado mais tarde e apenas em parte. O próprio Estado não precisa de um negócio tão grande, mas é preciso pagar as despesas da sua manutenção. Por isso, espaços e salões estão sendo cedidos para grupos e encontros, como aquele encontro de igrejas que me levou a andar por aqueles corredores enormes e a pisar naquela pequena grande sacada.

A fracassada grandiloqüência de Ceausescu
É impossível alguém visitar a capital da Romênia sem apontar para aquele grande prédio e começar a contar a história dele. É até questão turística. Por mais aviltante que seja a construção do prédio, de repente um bom “marketeiro” encontra os meios para sustentar esse “elefante branco”. E daquela sacada a gente até ri da loucura de mais um ditador presente nas páginas da história.

No entanto, o aspecto revoltante de todo esse processo é que o país vem pagando a conta do devaneio de um ditador. E geralmente são os pobres que pagam a parte mais salgada dessa conta. Na Romênia, as crianças têm sido as mais prejudicadas pela loucura de um ditador.

São milhares de meninos e meninas que teimam em viver abandonados em verdadeiros orfanatos-depósitos. Trata-se das crianças que seriam usadas pelo Estado para a construção de um grande país. Ainda hoje, mais de dez anos depois da morte do comunismo, a Romênia, um país de 23 milhões de pessoas, tem mais de 100 mil crianças que vivem em escolas residenciais, orfanatos e hospitais. Este é um país que desenvolveu uma verdadeira cultura de abandono de crianças e alimenta o mito de que o Estado “cuida das nossas crianças”.

Como o índice de crescimento da população não era satisfatório e as famílias, com seus escassos recursos, teimavam em não ter muitos filhos, o Estado criou o mito que dizia: “O Estado cuida das crianças. Vamos, pois, ter filhos”. Então as instituições-depósito, devidamente vedadas aos olhos públicos, foram se multiplicando por todo o país. Mas quando as fronteiras do país caíram, a máscara do cuidado das “nossas crianças” também caiu. E milhares de crianças sem pai e mãe começaram a mostrar a cara. Pobres, abandonadas e maltratadas faces, comprometidas pelo devaneio de um miserável ditador!

Mas não estou falando meramente da Romênia. Estou falando de todos nós, do nosso próprio país, das nossas próprias igrejas e das nossas próprias instituições. Quantas vezes os nossos planos grandiloqüentes não medem as conseqüências e o nosso estilo de liderança requer o sacrifício do outro!

De qual fonte bebemos água?
A experiência de Ceausescu acaba sendo ridicularizada pela história. Mas ela teima em ser repetida, com mais ou menos disfarces. Os grandes investimentos na imagem, a construção de obras inauguráveis, a obsessão em se manter no poder, o resgate da liturgia do cargo e a tentativa de abafar este ou aquele escândalo parecem ser água da mesma vertente a nunca matar a sede de poder. Ademais, a construção e a manutenção de currais eleitorais, a teimosia em manter a indústria da seca, o exercício do nepotismo e uma contínua prática política clientelista parecem dizer que somos farinha do mesmo saco. O poder é usado para nos promover e servir, custe o que custar.

Essa prática não é nova nem restrita. Ela invadiu o círculo dos próprios discípulos, como deixa claro aquela história da mãe de Tiago, que intercedeu pelo posicionamento estratégico dos seus filhos. E, como se isso não bastasse, os outros discípulos nem disfarçam e manifestam claramente o seu descontentamento: “Ora, ouvindo isto os dez, indignaram-se contra os dois irmãos” (Mt 20.24). Mas por que eles se indignaram? Talvez eu diria: “Como é que eu cheguei atrasado nessa?”

Em que medida os modelos que desenvolvemos e as práticas que desencadeamos são diferentes? Será que a cultura administrativa das nossas igrejas é diferente? Será que a prática do poder de muitos de nós, pastores, é muito diferente? Será que os critérios que determinam os mecanismos decisórios dos nossos presbitérios não usam o mesmo perfume da mãe de Tiago?

Ao perceber o qüiproquó que se instala entre os seus discípulos, Jesus diz: “Sabeis que os governadores dos povos os dominam e que os maiorais exercem autoridade sobre eles. Não é assim entre vós; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva.” (Mt 20.25-26.). Devemos ouvir este conselho sempre, pois a nossa vocação é seguir os passos de Jesus, que sempre usou a escada do poder para descer com as mãos estendidas a fim de receber e abraçar o outro.

Ver, compadecer-se e agir — o modelo de Jesus
Confesso que voltei da Romênia incomodado, revoltado e chateado. Como é possível viver de forma tão desligada da realidade? Como é possível ser tão radicalmente morcego e se alimentar do sangue do outro? Especialmente, como é possível revestir-se de uma cega crueldade, que consome o sangue das crianças?

Mas não posso apenas me revoltar com o outro. Preciso, isto sim, olhar no espelho. Será que o exercício da minha relação matrimonial, da minha
paternidade e do meu ministério é diferente?

Lá estava eu, sentado diante do ex-funcionário que me dizia na cara que a forma como se havia dado a sua saída do Centro de Pastoral e Missão, do qual eu sou o diretor, não fora correta. Eu estava precisando lhe pedir perdão. Portanto, é assim, marcado pelas minhas próprias faltas e pecados, que encontro uma vez mais Jesus, seu olhar, sua palavra e seu abraço.

Foi assim que li, outro dia, uma meditação sobre esta palavra: “Desembarcando, viu Jesus uma grande multidão, compadeceu-se dela e curou os seus enfermos” (Mt 14.14). Encantado, silenciei. Sorvendo a graça da atitude de Jesus e sendo desafiado a modelar a minha vida por suas palavras, concluo que a compaixão faz diferença, sim, enquanto o mero poder endurece e distancia.

Os olhos de Jesus enxergam o pequeno, o fraco e o excluído. Eles enxergam o perdido e os seus braços o alcançam. Os longos braços de Jesus abraçam o inalcançável e tocam o enfermo. Recolhem o solitário e recebem o excluído. Há um toque de salvação.

Ver, compadecer-se e agir foi um trinômio exercitado por Jesus no decorrer do seu ministério, um trinômio que quer invadir a igreja e ser praticado pela sociedade.

A sacada de Jesus é, pois, uma cruz que atravessa fronteiras e cobre abismos. Uma cruz que nos ensina a ver o outro e, abraçado com ele, buscar guarida no acalento da sombra da cruz. Uma cruz que aponta para a possibilidade de recomeçar e modelar a vida pelo exemplo de Jesus.

Valdir Steuernagel é pastor luterano e professor no Centro de Pastoral e Missão, em Curitiba. É autor de, entre outros,
Para Falar das Flores... e Outras Crônicas.

O PAI DESCONHECIDO

É verdade que Deus é Rei dos reis, Senhor dos senhores, Todo-poderoso, Altíssimo, três vezes Santo, sobremodo tremendo (Sl 111.9) e Deus zeloso que visita a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que o aborrecem (Êx 20.5).

Mas Ele é Pai também e deve ser tratado como tal.

Por que não consideramos Deus Pai? Por que não nos relacionamos com Ele como filhos? Por que não o buscamos como nosso Pai?

Talvez seja por falta de informação ou por informação equivocada – talvez nos tenham comunicado apenas a santidade de Deus, e não a sua misericórdia; talvez só a sua severidade, e não a sua bondade; talvez só o seu castigo, e não o seu perdão. Nesse caso, é necessário romper com a informação incompleta e abraçar novos conceitos, embora tão antigos quanto os primeiros conceitos. A reviravolta pode ser difícil, mas é a única saída.

Jesus fez um esforço constante para nos passar a idéia da
paternidade de Deus. Muitas vezes, Ele se dirigia aos discípulos referindo-se sempre a Deus como “o vosso Pai” ou “o teu Pai”. Só no Sermão da Montanha, essa curta expressão aparece quinze vezes, especialmente no capítulo 6 de Mateus (versos 1, 4, 6, 8, 14, 15, 18, 26 e 32).

A palavra mais direta e encorajadora está no modelo de oração que Jesus oferece: “Portanto, orem assim: ‘Pai nosso, que estás no céu...’” (Mt 6.9, NTLH).

Quase sempre, principalmente na introdução de cada Epístola (Rm 1.7; 1 Co 1.3; 2 Co 1.2; Gl 1.3-4; Ef 1.2; Cl 1.2; 1 Ts 1.3; 2 Ts 1.1), Paulo se refere a Deus chamando-o de “nosso Pai”, tanto Pai dele próprio como dos irmãos em Cristo. O apóstolo garante que Deus é “nosso Pai” e “Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Co 1.2-3). Isso abre caminho para ele declarar com toda ênfase: “Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo” (Rm 8.17).

A questão é de vital importância, tanto na doutrina como na prática. Nosso relacionamento com Deus não é uma relação com uma força impessoal, não é com um Deus distante, não é com um Deus inclemente – é com um Deus que nos permite chamá-lo de Aba (Rm 8.15), que em aramaico quer dizer Pai.

Para que não haja nenhuma dúvida, nenhuma hesitação, nenhum receio e nenhum acanhamento, as Escrituras ensinam que “o próprio Espírito [o Espírito de Deus] se une a nosso espírito, atestando [ou assegurando, ou afirmando, ou testemunhando, como aparece em outras versões] que somos filhos de Deus” (Rm 8.16, CNBB).

Se Deus é nosso Pai, então podemos chorar na presença dele, podemos confessar pecados e pedir perdão, podemos abrir nossa alma e derramar perante Ele nossos sustos e medos, podemos pedir-lhe conselho e orientação, podemos segurar a sua mão e nos colocar a caminho.

O grande desafio de Paulo no areópago era apresentar o Deus Desconhecido aos atenienses (At 17.23) e nas cartas é apresentar o Pai Desconhecido aos crentes.

GERAÇÃO DE ÓRFÃOS




Vivemos num tempo de “gente sem”. Os sem-terra, os sem-teto, os sem-pão e, entre outros, os sem-pais.

O descaso e a indiferença têm dominado a mentalidade daqueles que julgam que o amor é um fim em si mesmo e não um caminho que exige desprendimento, perseverança, renúncia, responsabilidade, devoção, atenção, ternura, compaixão, boa vontade, sacrifício, doação, paciência, fidelidade e compromisso.

Nesse sentido, milhares de filhos têm sido vítimas de um modelo social que banalizou o casamento em nome da felicidade autônoma, um modelo que, por sinal, ao invés de construir, trabalha na desconstrução dos alicerces do desenvolvimento humano natural e equilibrado. Com isso, assistimos o aumento vertiginoso de crianças que estão distantes dos referenciais de paternidade e maternidade. Essa geração de órfãos está espalhada pelo mundo e bem perto de nós. Convém salientar, todavia, que essa orfandade não está restrita aos filhos que foram abandonados em razão da morte ou desaparecimento dos pais. Ela também está relacionada àqueles que, mesmo vendo a presença física de seus pais, não desfrutam do aconchego e do afeto dos mesmos.

Essa geração já tem manifestado uma identidade própria, ou melhor, imprópria para menores e maiores, seja qual for o lugar do planeta em que ela se apresente. Ela traz consigo o retrato de um padrão sócio-familiar que jogou no lixo não só o álbum de casamento, mas o fruto dele, um fruto que Deus nunca proibiu de existir. E, uma parte da sociedade hodierna, ainda que não se dê conta, ao contrário do Criador Eterno, está contribuindo para que o fruto da relação conjugal não tenha o direito de viver na sua plenitude a vida familiar integral. E não nos enganemos, todos os filhos que têm este direito omitido, possivelmente serão objetos das mais absurdas injustiças em seu crescimento.

Uma pergunta que nos surge em relação a esse quadro já apresentado é: Será que a atual violência desenfreada e implacável já não é também um fruto produzido por esta semeadura inconseqüente que não se responsabiliza pelos filhos, mas abandona-os ao destino da “sorte”?

Costuma-se dizer que errar é humano. É claro que todo homem possui limitações e está longe de fazer tudo com perfeição. Entretanto, o erro maior é quando deixamos de ser humanos. Quando isso acontece, muitos filhos deixam de ser gente e passam a ser monstros que, em certos casos, são trancafiados em jaulas de segurança máxima, em nome da harmonia e da paz social. Alguém já cantou: “Que país é este?” Em sua maior parte, é o que nós mesmos geramos. Não obstante, ainda é possível cuidar bem de nós mesmos, cuidando bem uns dos outros. Ainda é possível fazer opção pelo órfão. Aliás, um país que não abandona seus filhos forma cidadãos que não deixam o país no abandono e nem o transformam num tipo de inferno, mas numa espécie de paraíso.


Uéslei Fatareli é mestrando em ciências da religião na Universidade Mackenzie, compositor, pastor da Igreja Presbiteriana de Itatiba, SP.

sábado, 1 de agosto de 2009

DEUS ETERNO

Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos.

Isaías 57:15

Pensamento: A vinda de Jesus à Terra não é incompatível com o Deus que se revela no Antigo Testamento. Deus é grande e santo. Deus é justo e majestoso. Apesar disso, Deus ama pessoas, especialmente as pessoas que vêm a Ele sabendo que precisam de Seu amor e graça. Àqueles que o buscam com paixão e reverência, Deus traz reavivamento que toca o espírito e o coração.