terça-feira, 27 de outubro de 2009

NÃO HÁ RAZÕES PARA O PERDÃO


NÃO HÁ RAZÕES PARA O PERDÃO
Diante de um mundo cruel e ameaçador, necessitamos desenvolver mecanismos de defesa para sobreviver. Essas defesas são como couraças que usamos para que as flechas dos relacionamentos não nos tragam mais sofrimentos, feridas e dores. Existem diferentes tipos de couraças, umas mais fortes, outras mais frágeis; algumas grossas, impermeáveis e pesadas, outras duríssimas e inflexíveis. Às vezes, usamos várias couraças, sobrepostas.

Porém, além das defesas que são saudáveis, também existem as que nos aprisionam. Portanto, para exercitarmos o perdão, precisamos retirar todas elas e, assim, separarmos aquilo que nos protege de fato, daquilo que temos de lançar fora, que sobrecarrega nossa vida.

Sempre que pensamos no exercício do perdão, temos a sensação de que ele nos tornará frágeis, vulneráveis, e que a nossa vida será pautada pelo sofrimento contínuo. Entretanto, como filhos de Deus, sabemos que Deus é amor e podemos crer que Seus mandamentos não são pesados e nem visam a nossa destruição. Pelo contrário, “este é o amor de Deus: que guardemos os Seus mandamentos, e Seus mandamentos não são pesados” (1João 5:3).

Então, por que resistimos a liberar o perdão? Há pelo menos cinco razões básicas. A primeira é porque pensamos que, se perdoarmos, seremos manipulados pelo ofensor e viraremos um “saco de pancada”; mas, é bom lembrar, que o princípio do perdão não implica em abrir mão das nossas defesas e dignidade. A segunda é porque pensamos que, perdoando, iremos desistir da justiça. Isso não é verdade, pois quando se escolhe perdoar, não está abandonando o senso de justiça. A terceira é porque achamos que perdoar significa abrir mão do nosso senso de amor próprio; mas, isso não é realidade. A quarta razão é porque somos naturalmente egoístas.

Dessa forma, há uma resistência natural em nós para liberar o perdão, e essa resistência precisa ser vencida. Devemos abrir mão dos conteúdos egoístas do nosso amor próprio e quebrar o egocentrismo para obedecer a Deus e liberar o perdão. A quinta razão é porque achamos que perdoar significa não colocar limites. Contudo, o perdão não anula a responsabilidade da pessoa em relação a seus atos. Gálatas 6:7 diz: “Tudo o que o homem semear, isto também ceifará”.

Precisamos exercitar o perdão não porque o ofensor merece ou porque nós queremos, e sim porque o perdão é um mandamento divino. Será que Deus, o nosso Criador, não tem o direito de receber a nossa obediência? Nós exercitamos o perdão não pela razão, mas simplesmente porque ele é um mandamento divino e todo mandamento divino é para ser praticado (Tg 1:22)!

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