quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

IGREJA : O QUE É ISSO ?

FORMA, (RE)FORMA, (DE)FORMA

Minha amada igreja, como vocês sabem bem, Deus me tem dado a graça de poder ministrar a Sua Palavra por todo o Brasil e em algumas partes do mundo. Nessas minhas andanças pelas igrejas evangélicas do Brasil pude constatar/testemunhar (com alegrias e tristezas) muito do que acontece em seus arraiais e entre essas constatações estão as inimagináveis discrepâncias que existe no meio de uma igreja que se chama una e santa, afinal, costumamos dizer que igreja é uma só, muitas são as congregações. Diferenças e divergências nós temos até mesmo dentro de nossas casas ainda que com dois filhos apenas, todavia, no caso da igreja o que me tem estarrecido não são as diferenças e divergências, mas os frutos e objetivos e todos nós sabemos que é por eles, os frutos, que nós conhecemos a árvore. Ao analisar os frutos, tão diferentes, totalmente diferentes uns dos outros, mesmo que a árvore carregue o mesmo nome, Igreja Evangélica, é que paira a dúvida: IGREJA: O QUE É ISSO? vejamos algumas discrepâncias:

A) Quanto à origem: Como todos sabemos, no NT a igreja nasce para dar continuidade à obra de Seu Fundador e Senhor e a metodologia é a MISSÃO: Ir, Pregar, Ensinar e Batizar. Sua razão, portanto, é o SERVIÇO ao próximo pois é ao próximo que vamos, pregamos, ensinamos e batizamos.

Hoje, é quase impossível achar uma igreja que tenha nascido assim, como produto de visão e expansão missionária e serviço ao próximo. O que se vê hoje são igrejas que nasceram de rebeliões e divisões internas, mas, sempre com discurso de que é uma nova direção do Espirito. A igreja nasce, portanto, com a metodologia do diabo:..”Subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono…subirei acima das alturas e serei semelhante ao Altíssimo.” (Is 14:13-14), por isso, embora a catedral (o visível) pareça divina, seu alicerce (o invisível) é diabólico.

B) Quanto ao Meio /Metodologia: Na igreja do NT o meio, a metodologia era, sempre, o Amor. Por que? porque O Senhor da Igreja era Jesus, O Homem-Deus e Deus é amor. No amor não há segundas intenções. No amor só há a primeira intenção; a de alcançar o próximo com a Graça de Deus, graça com a qual fomos nós alcançados. A Graça que capacita gente a ser gente como gente tem que ser. No amor a realização está em ajudar a alguém a se realizar. No amor a vida só encontra sentido quando ajudamos a dar sentido à vida de alguém. No amor, portanto, não há ânsia por ganhar, mas sim, por se doar.
Hoje, esse amor é quase nulo, é raro. As igrejas, em grande escala, estão cheias, mas não pela força desse amor que atrai mas por metodologias que nada tem a ver com o reino: São promessas de prosperidade todo o tempo (materialismo crasso disfarçado de bênção de Deus)(Mt 6:19-21). Sacrifícios como expressão de fé e dedicação: ofertas, montes, jejuns, campanhas, meias, toalhas, lenços ungidos, corredores de bênção, arcas, novenas, mais ofertas, sabonetes, abstenções de todo tipo, etc, etc, etc…Tudo isso, na verdade, está comunicando consciente ou inconscientemente, que o sacrifício de Jesus não é suficiente (isso é incredulidade disfarçada de fé). Estamos costurando o véu que foi rasgado na Cruz. Pelo método hoje, formamos mais senhores do que servos, mais egoístas do que solidários, mais parasitas do que discípulos.

C) Quanto ao Fim: Na Igreja do NT, o fim era a Glória de Deus, pois servir ao próximo, dar sentido à vida do próximo, ensinar gente a ser gente como gente tem que ser, é amar ao próximo e amar ao próximo, é amar àquilo que Deus ama. Amar e servir àquilo que Deus ama é glorificar O Seu Nome. O Fim é Deus, sua Glória. Tudo Nele, por Ele e para Ele.
Hoje, muitas vezes tenho a sensação de que Deus é, apenas, um detalhe em Sua própria igreja. O que Vemos são pessoas querendo glória todo o tempo. Do líder que com rebelião e divisão fundou sua própria igreja na ânsia de “presidência”, de primazia, de ser o número um. Na ânsia não de servir mas de ser visto e servido. Passando pelo dito “levita” que cobra cachês astronômicos para “adorar” ao Senhor, que exige camarins ‘hollywoodianos’, que recebe glória dos “fãs” e se ira quando é tratado como um ser humano normal/mortal. Indo até ao crente comum que quer ser sempre elogiado, notado, promovido, recompensado, etc… ao serviço que oferece à igreja de Jesus , como se tal serviço fosse um favor prestado à ela. Se tal reconhecimento não vier, abandona-se a igreja como forma de retaliação.
Não preciso nem fazer comentário sobre um outro fim/objetivo da igreja contemporânea que é o financeiro; como já se diz hoje, e com tristeza e vergonha sito: Grandes Igrejas, Grandes Negócios!!!

Minha igreja amada, nesse dia em que, como igreja, comemoramos mais um aniversário, minha oração, desejo e luta é para que continuemos a ser uma igreja que forma, (re)forma, mas que nunca, (de)forma aquilo que Deus ama: Gente.

Minha oração e desejo é para que, se não somos, trabalhemos com afinco, para tornarmo-nos uma igreja neotestamentária, cujo o meio/metodologia seja, sempre, o amor e cujo o fim seja, sempre, a Glória de Deus e nunca o reconhecimento humano (fama) e nem, muito menos, mamom (grana). Pois quanto à nossa origem, nos orgulhamos, pois somos frutos não da divisão de qualquer igreja nem muito menos da rebelião de um líder megalomaníaco, somos o resultado da visão de uma família que em 1965,por razão de mudança de residência, transformou seu lar num templo que culminou no que nós somos hoje: IGREJA BATISTA BETÂNIA, com muiiiiito orgulho!!!!

Lutemos juntos, para que a realidade da igreja contemporânea não nos tire a alegria de continuarmos a ser quem nós somos: Igreja do Deus Vivo, Coluna e Firmeza da verdade.(I Tim 4:15).

Parabéns pra vocês, Parabéns pra nós, pelos 46 anos de muitas vitórias. A Deus, toda Honra e Glória !!!

De seu pastor e amigo,
Neil Barreto.

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