sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

SÉRIE O CULTO NO LAR - UMA INTRODUÇÃO

Prezados leitores,

Recomendo a vocês essa série de postagens que tratarão do culto no lar, ou culto em família. De inicio, daremos uma pequena introdução sobre a visão bíblica de culto a Deus e adoração. Após, será dado dicas de como planejar o culto; também será comentado sobre as atividades no culto, como oração, leitura e estudo da bíblia e louvor. E, por fim, algumas considerações.

Talvez, esse assunto seja um dos mais esquecidos para a cristandade moderna. Enquanto no passado essa prática era comum e muito incentivada, hoje é relegada a um último plano, levando muitos a ver o culto apenas como uma manifestação igrejeira e dissociada da família. Espero muito que isso te ajude, como pai, mãe, filho ou filha, a desenvolver uma comunhão com Deus dentro do seu lar e no seio da sua família.

Que todos possamos desfrutar desse maravilhoso exercício cristão.

O culto no lar: uma introdução

A palavra adoração aparece com freqüência nas Escrituras. É usada para traduzir termos como culto e temor ao Senhor. É usada como sinônimo de prostrar-se.

Nas Escrituras, a palavra “culto” é usada mais comumente quando se fala de adoração comunitária, no templo, ou nos lugares altos. Os pagãos cultuam seus ídolos nas montanhas, em seus lares e nos templos pagãos. Sim, a Bíblia diz muito sobre culto. Chamamos primeiramente a atenção para Deuteronômio 10. Lemos no versículo 12 que o Senhor chama Israel para temê-lo, andar nos seus caminhos, amá-lo, servi-lo de todo o coração e alma e observar todos os mandamentos que ele havia dado. A passagem mostra ainda que o Senhor nosso Deus é dono dos céus, da Terra e tudo o ela contém. Deus, o criador, provedor e governador colocou o seu amor nos pais e filhos e os escolheu especificamente como povo seu. Deus então diz ao povo de Israel que eles devem circuncidar seus corações, deixar de lado todo o mal do passado e submeter-se a Deus como Deus deles, Senhor dos senhores, o grande Deus que deve ser considerado poderoso e maravilhoso. Ele é um Deus que não mostra preferências, não aceita subornos, preocupa-se com as viúvas e os órfãos e que ama o estrangeiro. Todos devem expressar seu amor a ele. A passagem termina, “Ao Senhor, teu Deus, temerás; a ele servirás, a ele te chegarás e, pelo seu nome jurarás. Ele é o teu louvor e o teu Deus, que te fez estas grandes e temíveis coisas que os teus olhos têm visto”.

Existem outras diversas passagens que falam sobre quão grande Deus é e que coisas majestosas ele fez por seu povo. Deus chama seu povo, de fato, ele exige que seu povo o cultue porque ele é Deus acima dos deuses. Os ídolos não são deuses. Ele, o grande e majestoso Senhor diz “conheça-me, obedeça-me; você irá obedecer-me se me amar e se se devotar a mim de todo o seu coração”.

Nós lemos em Apocalipse 4 e 5 que o povo que creu e que já está no céu, está na presença do Senhor cantando louvores. Eles estão ajoelhados na presença do Senhor e o adoram à medida que o louvam. O que será que os santos do Antigo Testamento, os crentes do Novo Testamento, e aqueles que já partiram, que estão aos pés do trono de Jesus, fazem enquanto estão louvando e adorando? O que a palavra louvor significa?
Louvar é dizer “Deus, tu és aquele que é digno, nós agradecemos por nossa vida, por cada um de nós e pelos dons que temos”.

Quando nós louvamos a Deus nós primeiramente expressamos a verdade de que Deus é o único digno de louvor. Isso implica que na igreja, na vida e particularmente na família, cada um reconhece e acredita que nosso Deus triúno é soberano. Ele reina sobre tudo. Nós também reconhecemos e acreditamos que ele é majestoso. O Salmo 93.1 nos diz que ele está vestido de majestade. Outras passagens falam de quão glorioso ele é, e de como seus filhos, no Antigo Testamento, sabiam que Deus estava presente quando viam a gloriosa nuvem. No Novo Testamento nós lemos que a glória de Deus nos foi revelada por intermédio do Senhor Jesus Cristo. Cada um deve conhecê-lo, ouvir sua voz, e obedecê-lo com todo o coração e dar toda devoção ao único maravilhoso, glorioso, esplêndido e majestoso Deus.

Cultuar a Deus, significa que temos de reconhecer e acreditar que nossas necessidades, desejos, e esperanças são aspectos secundários da adoração. Deus vem primeiro. Mas devemos reconhecer de uma maneira prática que ele é Deus soberano, bom e amoroso expressando nossas necessidades, desejos e todas as nossas esperanças.

É necessário separar tempo para cultuar a Deus. Expressar amor toma tempo. Expressar devoção toma tempo. É necessário tempo para expressar adoração e para nos colocarmos sob completa submissão a Deus, como é expresso em vários atos de adoração.

Por toda a Escritura vemos que Deus exige adoração. Ele ordenou que os filhos de Israel construíssem o tabernáculo e depois o templo. Nestes estava a arca da Aliança, freqüentemente referida como o Trono da Misericórdia. Era o trono de Deus, e o povo era chamado a comparecer a este lugar, que representava a presençade Deus revelado na sua soberania, sua grande misericórdia, graça e amor.

O culto comunitário era requerido do povo nos tempos bíblicos. E também o é nos dias de hoje. É correto que ao pensarmos em culto, pensemos na igreja. Pois é na igreja que cultuamos comunitariamente. É ali que famílias, indivíduos, solteiros, idosos, avós, pais, mães e crianças se juntam para cultuar a Deus. É comum ouvirmos as palavras “Vamos todos adorar e nos inclinar, vamos nos ajoelhar diante do Senhor nosso Deus, pois ele é nosso criador”. Nós devemos cultuar na igreja. Isso não significa que nós não possamos cultuar a Deus no nosso dia-a-dia. Nós adoramos de diversas maneiras. Quando estamos no trabalho, temos diversas maneiras de expressar a Deus nosso louvor, não é mesmo? Se somos verdadeiros cristãos, se realmente cremos no Senhor, se somos completamente devotados a ele, se a ele devemos louvar, por que não expressar isso em nosso trabalho?

Nós nos lembramos do que um supervisor disse uma vez de um seminarista. Este tinha um emprego de meio-período em uma fundição. Fundições geralmente são quentes e sujas; o trabalho é pesado e as fornalhas são extremamente quentes. Seu supervisor disse que toda vez que esse estudante abria a porta de uma das fornalhas para colocar mais carvão, “ele abria a porta, jogava o carvão dentro da fornalha e fechava a porta como se estivesse louvando. Ele o fazia tão reverentemente e de tal forma, que por meio de sua atitude estava dizendo:‘Obrigado, Senhor por este trabalho, pois assim posso ganhar dinheiro suficiente para pagar meus estudos e cuidar de minha esposa e de meu bebê’”.

Essa série é extraída do livro A Família da Aliança, de Harriet e Gerard Van Groningen, da Editora Cultura Cristã.

Nenhum comentário: