Durante os séculos, muitas pessoas têm emitido suas opiniões sobre a fé no Deus revelado pela Bíblia Sagrada, que manifestou-se, visível e corporalmente, na Pessoa de Jesus Cristo. Uma delas postulou o seguinte: “A fé cristã é um salto no escuro”. Outras afirmam persistentemente: “A religião (numa alusão à fé cristã) é o ópio do povo” (Entenda-se o termo “ópio” como uma metáfora para a fuga psicotrópica, por ser o ópio uma substância narcótica extraída do fruto de certas espécies de papoulas). Há daqueles que ainda afirmam: “a fé cristã é uma fé cega. Um atestado de ignorância.”Antes de mais nada, como seres “ainda” pensantes, consideremos juntos a realidade de uma lei física, cientificamente postulada, denominada Lei da Causa e Efeito, que enuncia-se nesta síntese: Toda causa gera um efeito. Não existe efeito que não proceda de uma causa geradora. Nenhum efeito pode ser maior ou mais complexo do que a causa que o gerou. Observe o desenvolvimento disso nos seguintes argumentos para a existência de Deus:
1. Argumento Cosmológico (da palavra grega Kosmos, “mundo”): O universo é um efeito que apresenta amplitude infinita tanto no extremo macroscópico (por ex. a infinitude do número de estrelas, galáxias), quanto no extremo microscópico(por ex. o átomo e suas partículas infinitamente microscópicas conhecidas e desconhecidas). Portanto, se o universo é um efeito infinito, ilimitado, a causa que o gerou deve ser, no mínimo, infinita.
2. Argumento Teleológico (da palavra grega telos, “propósito, fim”): O universo exibe uma organização, apesar do efeito destruidor do Homem, que aponta para um propósito. O movimento matematicamente perfeito dos astros, a organização física e funcional de uma colmeia, e inúmeros outros exemplos, comprovam que, sendo o universo um efeito organizado e proposital, a causa que o gerou deve ser, no mínimo, organizada e imbuída de propósito.
3. Argumento Antropológico (da palavra grega anthropos, “homem”): O homem é um ser vivo, pessoal, inteligente, criativo, e moral. Se o homem é um efeito vivo, pessoal, inteligente, criativo, e moral, a causa que o gerou deve ser, no mínimo, viva, pessoal, inteligente, criativa e moral. Conclui-se que a causa primária do universo e do ser humano é uma causa infinita, ilimitada no espaço e no tempo (eterna), organizada, imbuída de propósito, viva, pessoal, inteligente, criativa, e moral, a quem a Bíblia Sagrada denomina Deus. A matéria não preenche tais requisitos, muito menos o acaso.
As Escrituras testificam acerca deste Deus único e verdadeiro, conforme se lê: “O Senhor ...conta o número das estrelas, chamando-as todas pelos seus nomes. Grande é o Senhor nosso, e mui poderoso, o seu entendimento não se pode medir”, Salmo 147.4-5; “A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das cousas que foram criadas. Tais homens são por isso indesculpáveis”, Romanos 1.18-20;
“O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma cousa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais; de um só fez toda raça humana sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação; para buscarem a Deus se, porventura tateando o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós...”
“Sendo, pois, geração de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata, ou à pedra trabalhados pela arte e imaginação do homem. Ora não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos em toda parte se arrependam; porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos”, Atos 17.24-31. “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria, como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro lhe deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele e por meio dele e para ele são todas as cousas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém”, Romanos 8.33-36).
Se você quiser conhecer o Deus único e verdadeiro, terá que confiar totalmente no sacrifício de Seu Filho, Jesus Cristo, pois: “O Pai ama ao Filho, e todas as cousas tem confiado às Suas mãos. Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus”, João 3.36.
Jamil Abdalla Filho Jamil Abdalla Filho é pastor da Igreja Batista em Orlândia, SP
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