domingo, 31 de agosto de 2008

O JOVEM RICO

O JOVEM RICO - MT.19:16-22
Certa vez, um jovem rico aproximou-se de Jesus para perguntar-lhe: “Mestre, que farei eu de bom, para alcançar a vida eterna?” E logo após um pequeno diálogo, Jesus lhe respondeu: “se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu; depois vem, e segue-me”. O jovem, tendo “ouvido esta palavra, retirou-se triste, por ser dono de muitas propriedades” (Mt 19.16-22).Uma das coisas que todo cristão precisa conhecer é a bondade de Deus! Ele é amor e tem sempre o melhor para nós. Por isso, quando nos dirigimos ao Senhor para conhecer a sua vontade, devemos ter sempre um coração aberto, que está disposto, acima de tudo, a ser transformado. De que adianta perguntarmos a Deus sobre a sua vontade, como fez o jovem rico, se não estamos dispostos a cumpri-la? Vamos dar apenas uma de curiosos, como muitos fazem hoje ao participarem daquelas “rodinhas de discussão” sobre temas bíblicos? Nem sempre o caminho de Deus é o mais fácil para nós – isto é, para a nossa carne. Mas sempre o caminho de Deus será o melhor caminho. Lembre-se: a vontade de Deus é“boa, agradável e perfeita” (Rm 12.2). No evangelho de Marcos, no entanto, vemos que o jovem rico ficou “contrariado” com as palavras de Jesus e foi embora (Mc 10.21).Às vezes me pergunto se estou realmente disposto a cumprir a palavra de Deus na sua totalidade, ou se apenas cumpro aquilo que me agrada, ou o que é mais fácil, ou aquilo que eu “sinto” de cumprir. Será que já me retirei da presença de Deus por não estar disposto a abrir mão de minha vontade? Será que eu já disse: “hoje não, Senhor; talvez amanhã”? O apóstolo Paulo ensinou: “pois vai chegar o tempo em que as pessoas não vão dar atenção ao verdadeiro ensinamento, mas seguirão os seus próprios desejos. E arranjarão para si mesmas uma porção de mestres, que vão dizer a elas o que elas querem ouvir. Essas pessoas deixarão de ouvir a verdade” (2 Tm 4.3-4, NTLH).Será que o jovem rico deu-se conta da sua escolha? Ele abriu mão do tesouro celestial em troca de um pequeno tesouro material. Por causa disso, ele jamais conseguiria seguira Jesus, pois este fez justamente o contrário em sua vida aqui na terra.Quando “começou Jesus Cristo a mostrar a seus discípulos que lhe era necessário seguir para Jerusalém e sofrer muitas coisas dos anciãos, dos principais sacerdotes e dos escribas, ser morto e ressuscitado”, o que Pedro fez? Chamou Jesus à parte e “começou a reprová-lo, dizendo: Tem compaixão de ti, Senhor;isso de modo algum te acontecerá” (Mt 16.21-22).Note que Jesus lhes havia dito que o seu sofrimento era“necessário”. Mas Pedro quis que Jesus tivesse pena de si mesmo, que pensasse em si próprio e não nos outros. Afinal, por que Ele tinha que passar por aquele sofrimento todo, morrendo pelos pecados dos outros? Não precisava ser assim, pensava Pedro. E o que Jesus lhe respondeu: “Arreda! Satanás; tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das cousas de Deus, e, sim, das dos homens” (v.23). É interessante observar que este mesmo Pedro, um pouco antes disso, tinha tido uma revelação sobre a pessoa de Jesus. Ele havia dito: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo” (v.16).Isso mostra que muitos de nós, vira e mexe, caímos no erro de preservar a nossa vida neste mundo. Jesus ensinou que “se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, produz muito fruto. Quem ama a sua vida, perde-a; mas aquele que odeia a sua vida neste mundo, preservá-la-á para a vida eterna” (Jo 12.24-25). Depois, Ele complementa: “agora está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para esta hora” (v.27).O diabo se especializou em investir no egoísmo humano. Só que aos olhos de Jesus, que enxergava o propósito do Pai, o diabo era uma pedra de tropeço no seu caminho. É bom lembrar que Pedro também agiu assim quando lhe perguntaram, após a prisão de Jesus, se ele era seu seguidor. Neste caso, a única diferença foi que, entre Jesus e ele, Pedro preservou a si próprio, negando o Senhor, pois ele era carnal. Paulo disse que nos últimos dias “os homens serão egoístas” (2 Tm 3.1-2).Deus nunca enfatizou o amor próprio em sua palavra. Pelo contrário, a Bíblia nos ensina que devemos amar a Deus e ao nosso próximo,assim como Cristo nos amou. Ele não veio ser servido, mas servir. A auto preservação é um empecilho para o nosso crescimento espiritual. Jesus disse:“quem quiser preservar a sua vida, perdê-la-á; e quem a perder, de fato a salvará” (Lc 17.33). Quantas vezes damos mais valor a nós mesmos do a Deus e aos outros?Em outra ocasião, a palavra de Deus nos mostra que Jesus foi “levado pelo Espírito, ao deserto, para ser tentado pelo diabo” (Mt 4.1).Por que motivo o Espírito de Deus, que só queria o bem de Jesus, levou o Senhor ao deserto, a um lugar tão difícil e solitário? O que significa o deserto? O deserto representa a escassez material, nunca a espiritual. Quando Jesus teve fome, o tentador, oportunamente, aproximou-se para sugerir que Jesus transformasse pedras em pães. Só que neste momento, Jesus lembrou-se de uma advertência divina que já havia sido dada ao povo de Israel: “recordar-te-ás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu Deus te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos. Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, nem teus pais o conheceram, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor” (Dt 8.2-3).Jesus, ao contrário do povo de Israel, foi fiel a Deus. Ele entendeu que aquele momento era de provação. Ele não podia usar o seu poder para fugir daquela luta,transformando as pedras em pães. Deus o havia levado àquele lugar e não odiabo. Ele precisava aprender a deixar o Espírito dominar a sua carne, pois isso era algo imprescindível para o sucesso do seu ministério. Assim, naquele dia com Pedro, Ele pôde resistir à idéia de fugir da cruz. O tentador estava no seu caminho, como pedra de tropeço, mas Jesus ficou firme. Não podemos fazer da nossa vida o que o jovem rico fez, pois “que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mt 16.24-26). Nunca fique contrariado com a palavra de Deus, nem fuja dela quando Deus vem falar com você. Troque os seus tesouros nesta terra por um tesouro no céu. Depois, siga a Jesus.

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