quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

HOMEM JUSTO QUE SE DESVIAVA DO MAL




No livro de Jó está escrito no capítulo 30, versículos 26 e 27: “Porventura não chorei sobre aquele que estava aflito, ou não se angustiou a minha alma pelo necessitado? Todavia aguardando eu o bem, então me veio o mal, esperando eu a luz, veio a escuridão. Assim as minhas entranhas fervem e não estão quietas, os dias da aflição me surpreenderam”.
Segundo a Bíblia, Jó foi um filho de Deus que passou por muitos sofrimentos e tribulações, pois sua história relata que repentinamente ele perdeu patrimônio, riqueza, filhos, esposa e saúde. Uma verdadeira tragédia ocorreu com sua vida, ficou totalmente desmoralizado e desonrado. O que mais chama atenção é que no início do livro de Jó, Deus fala que ele era um homem justo, temente, fiel e que se desviava do mal. Creio que Jó, da mesma maneira, se considerava uma perfeição. Porque era homem de boas obras, caridoso, que nunca fizera mal a ninguém e, no entanto, subitamente, um furor sobrenatural foi derramado sobre sua vida.
E é nestes momentos turbulentos e tenebrosos circunstanciais que realmente o nosso coração se revela com realidade, mostrando quem verdadeiramente nós somos. O viver focos de tensão expõe corações e foi aí que Deus pegou direitinho a Jó. Pois ele, com altivez, se levantou com um enorme currículo de boas obras realizadas em favor do próximo e do social. As justificações e as argumentações que Jó levou a Deus provam que ele era bondoso, amoroso, caridoso para com o próximo, porque queria comerciar com Deus, ou seja, receber em troca a proteção e a prosperidade de Deus. Essas atitudes e este entendimento de que as boas obras vão nos justificar perante Deus está alojado, enganosamente, em algum canto de nosso coração.
Não conseguiremos agradar a Deus dessa maneira, querendo fazer com Ele trocas, negócios. Ser santo, justo e bondoso por nossa própria natureza almática e natural é impossível. Porque o ego do homem já nasce corrupto, herdamos uma natureza pecaminosa que está totalmente incapacitada para fazer o bem sem interesses, sem comércio ou sem troca.
É necessário que todo o homem passe pelo processo de transformação, recebendo Cristo Jesus para comandar seu coração. Isso é fé! Assim você ganha um novo Espírito de Deus que o capacita a doar-se sem nada esperar como recompensa. É uma nova natureza, é o Espírito da Vida divina que entra em nós e começa a operar por meio de nós. Capacita-nos a viver o padrão de Deus. Aí, sim, faremos as boas obras, não por interesse, mas por amor real e verdadeiro. Aquele amor ágape que não exige esforço para se manifestar, nem dá trabalho, porque flui sem obstáculos.

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